As modas sempre foram algo ao qual tentei fugir. Infelizmente em Portugal torna-se cada vez mais difícil devido à precariedade do nosso sistema que tem o objectivo o “comam quanto podem enquanto podem”.

Este texto tem como base o anúncio feito pela Blitz da continuação de mais um festival a realizar-se no próximo ano, o Ermal (como senão bastasse o Rock in Rio, Optimus Alive, Super Bock Super Rock, Marés Vivas, Paredes de Coura, Sudoeste, Azurara for Bitches Party entre muitos outros mais underground) . E isto deixa-me estupefacto e boquiaberto tal a estupidez em volta de todo este amontoamento de lixeira.



Sai o Lua Nova, e diga-se de passagem que aquilo é um dos maiores atentados cinematográficos que alguma vez foram feitos. Esta saga é um autêntico nojo, onde a típica luta entre vampiro e lobisomen se traduz a “eu amo-te muito e quero ficar contigo para sempre e prometo que nunca te vou magoar” durante duas horas e meia destruindo assim o tão nobre nome de míticas personagens como os vampiros e lobisomens. De qualquer maneira percebe-se o sucesso do mesmo, num filme totalmente feito para gajas estúpidas, e como há muitas, obrigam os namorados a irem com elas ver tamanha estupidez. Ora se fosse um filme para um gajo, e se a gaja não quisesse ir, eles ou iam sozinhos ou provavelmente nem iam, como é o contrário, o cola tem que acompanhar sua dama. E como a moda atinge níveis extremamente preocupantes, o nosso belo país oferece-nos uma série de vampiros em cada canal, e a indústria cinematográfica Uma Aventura na Casa Assombrada e mais uns vinte filmes de vampiros novos e que ninguém conhece, prontos a destruir, mais uma vez, a reputação de vampiros e lobisomens.



E é aqui onde eu quero chegar só que agora com os festivais. A música está cada vez a fazer mais parte do panorama cultural português, acho que nunca antes houve em Portugal tantos concertos como tem havido e vão continuar a haver nos últimos anos. Em todo lado há concertos aos pontapés, bandas jovens a serem feitas e desfeitas, e também festivais. Muitos e bons festivais cheios de grandes nomes. E isto é preocupante, é preocupante porque é “desenvolvimento insustentado” como lhe gosto de chamar. Como é uma moda, a procura abunda, e começo a temer que me vá fartar disto tudo. É que a carteira não estica, e perdem-se sempre algumas coisas boas que não se queriam perder.



Acho assim, sinceramente que está na altura de repensar as formas de “dar a comida sem encher demasiado a barriga”, fazer as coisas de uma forma mais moderada e equilibrada para que não se “encham” demasiado depressa. Portugal quer tanto dar nas vistas que acaba sempre por cair no exagero. É por isso que ainda hoje, e apesar de os nossos ministros nos tentarem sempre fazer passar por grandes, ora não fosse a tamanha informatização do pais com os Magalhães, somos um país pequeno, muito provavelmente o mais fraco da União Europeia e é vergonhoso porque tudo podia ser facilmente resolvido. Às vezes mais vale pouco mas bem feito, do que muito e mal feito. Em Portugal, a ultima oração da minha frase anterior, é a única presente.

E que tenham todos um péssimo 2010. Cheio de dor e agonia, onde vocês cambada de ingénuos e encalhados vibrem com as tristezas do nosso país de porcaria.