Uma pitada de barbaridade - Amor odioso :: Nunca Antes Visto
Uma pitada de barbaridade - Amor odioso
Escrito por: Higuita
Pela minha insignificância, descrevo verso a verso
Cada singela e mártir experiência vivida
Sentindo as gotas da chuva enquanto me disperso
Puxo da minha caneta, o meu derrame de ferida

Criada tempos atrás, pelo implacável sentimento
O afectivamente penalizador da noção de se ser
O algo metafísico sensível à essência do meu pensamento
Que se apodera do meu coração, prestes a falecer

Crendo em ilusões ditadas pela velha cantiga
Que tantas vezes se apoderou do meu ego
Aquela cadência que alimenta a minha intriga
Abrindo-me os olhos sem conseguir ver, tal e qual um cego

Dizem que sofri por amor, pela minha inocência
Na abulia estática de ser mero apaixonado
Preconizado pela crítica alheia à minha essência
Me deixam hoje, sozinho, podre ser abandonado…

A sensação imponente das linhas vazias
Procura acrescentar nelas alguma cor
Inconsequentemente, arrebatam a minha sabedoria
Caio imparável na minha melancolia, a rainha do meu esplendor

Na questão metafísica da minha atitude
Atribuo a razão as leis forçadas do meu passado
Ao entrar em equilíbrio com a minha plenitude
Me sinto vazio, um ser incompleto e desmazelado

Pela singela questão de sofrer, arrependo-me de ter nascido
Os alicerces que me suportam, por ti se desmoronaram
Caindo no irreal por mim tantas vezes querido
Aqui me encontro, nas areias movediças que de mim se apoderaram

Abastado que sou, o sobrenatural me deixou uma aptidão
A capacidade de transparecer em versos a minha misantropia
Possibilitando que um dia possas sofrer a minha submissão
De derramar lágrimas de sangue como fruto da minha melancolia

Por entre a memória estridentemente traumática
Ouço ventos aclamarem o fim do nosso amor
Levantando essa lei dogmática
De que para amar alguém, é preciso amar a dor

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Anonymous armyofufs argumenta de forma nunca antes vista, dizendo...
Grande texto!

Deus que vá mas é lixar outro caraças! (obviamente que me eximi do calão equivalente...LOL)
29 de outubro de 2009 às 08:22  
Blogger J. argumenta de forma nunca antes vista, dizendo...
Eh pá, eu amei ler isto, mas sinceramente "dás cabo de mim" com a tua ultima afirmação: "De que para amar alguém, é preciso amar a dor". Isto é a mais pura das verdades, e adapta-se a qualquer contexto da palavra "amar".
Lindo
29 de outubro de 2009 às 23:28