Michelle Brito, a jovem prodígio portuguesa que brilhou na edição 2009 de Roland Garros, não chamou a atenção nos courts apenas pelo seu inegável talento. No jogo da 3.ª ronda da prova disputado na manhã desta sexta-feira, que terminou com a vitória da francesa Aravane Rezai em dois sets (7-6[3] e 6-2, a intensidade dos estridentes gritos da adolescente lusa sempre que batia na bola estiveram em foco durante e mesmo depois do encontro, disputado no famoso Court Central do Open francês.

Depois de protestar formalmente com o juiz e a supervisora, ainda durante o encontro, Aravane Rezai não foi muito simpática ao falar sobre a sua jovem oponente. "[Michelle] é uma jogadora muito boa, mas tem uma personalidade muito difícil. Espero que ela melhore, pois é muito jovem e tem muitas coisas para aprender. Creio que [os gritos] é somente uma tática", afirmou a francesa, que ocupa a posição n.º 57 no ranking feminino.

Aravane Rezai também revelou o diálogo mantido com o juiz do desafio. "Disse-lhe que ela gritava com muita força, que é preciso haver um limite, que não se pode gritar assim. Respondeu-me que nunca repararam que a [Maria] Sharapova gritava demasiado alto", lembrou a gaulesa.

Indignada com o comportamento de Michelle e pela inutilidade dos seus protestos, Rezai chegou a imitar alguns gritos da portuguesa e, esquecendo-se de velhas regras de comportamento do ténis, chegou a celebrar efusivamente os erros e as duplas faltas da portuguesa.

Michelle: «Grito faz parte do meu jogo»

Já Michelle Brito, depois de assumir que os gritos são um elemento importante no seu jogo, disse que vai tentar minimizar a situação no futuro. "O grito faz parte do meu jogo, dá-me ritmo. Se não o faço, não sou eu. Tenho 16 anos e estou a aprender. Talvez possa controlá-los em alguns momentos, mas não sei. Mas vou tentar. Espero que não seja imposta uma proibição, pois grandes jogadoras como Monica Seles e Maria Sharapova o fazem", afirmou.

O incidente entre Michelle e Rezai no duelo desta sexta-feira surgiu apenas um dia depois de a agência de notívias alemã DPA tem publicado uma entrevista em que a tenista portuguesa confessava não ser "muito querida" no circuito feminino.