Madrugada de sexta-feira, o relógio assinala a uma da manhã, a sala de estar onde me encontro apresenta um ar sombrio e soturno, o silêncio é interrompido pelo barulho internitente da máquina de lavar roupa.

Há já alguns meses que descobri este projecto denominado por Naviv, desde então que passei a ser um visitante assíduo desta casa, acompanho com grande interesse o trabalho aqui desenvolvido, portanto, permitam-me, antes demais, congratular-vos por isso.

Sinceramente, nem sei bem o que me motiva a redigir isto, tal como o atleta Olimpico nacional Marco Fortes, a esta hora eu estava bem era na caminha, visto que, me encontro extremamente fatigado e o dia que, em breve, chegará avizinha-se atribulado e exigente.

De qualquer forma sinto vontade de desabafar um pouco e tendo em conta que a esta hora ninguém está para aturar as minhas eternas e constantes divagações, porque não escrever o que sinto num pequeno texto?

Podia abordar aqui diversos e nobres temas (como o combate contra a pobreza, o voluntariado, a crise que se abate sobre a nossa amada pátria), contudo só existe uma coisa sobre a qual neste momento me apetece redigir...a eterna contenda entre professores e ministério da educação.

Pode parecer algo estranho puxar um tema destes a uma hora tão tardia, mas sou aluno do ensino secundário, para ser mais concreto, frequento o 12º ano de escolaridade e como tal estou bastante preocupado com o esta eterna luta que envolve os docentes e a “adorada” Maria de Lurdes Rodrigues.

É certo que a vida de professor não é fácil, estes têm de trabalhar bastante de forma a prepararem as suas aulas, para além disso, é-lhes, por várias vezes, requerido, que enfrentem a má formação e impertinência dos alunos. Portanto meus amigos promotores de conhecimento, lutem pelos vossos direitos, mostrem que são competentes e que a ministra não tem razões para tomar tais medidas, como o estatuto do docente, que pelos vistos vos prejudicam.

Mas será que a maioria dos professores que lecionam em Portugal é competente?

A meu ver não e, infelizmente, esta luta contra o estatuto da carreira do docente só está a colocar em evidência essa falta de capacidade e de vocação para ensinar, dos professores nacionais.

Não sei se sentem o mesmo que eu, mas, pessoalmente, eu sinto que os professores se estão, literalmente, nas tintas para nós! Há coisa de dois anos os alunos (entre os quais eu) da minha escola protagonizaram uma grande greve contra as aulas de substituição, (afinal de contas nós somos alunos de um nivel de ensino que nem sequer é obrigatório! Sendo assim para quê essas malditas aulas?). Será que os docentes tentaram, mesmo que só por um momento, compreender-nos? É claro que não! Nós não agredimos nem insultámos ninguém, mas os professores foram incapazes de compreender a nossa posição, limitando-se a argumentar, de forma débil, que a ministra é que era a detentora da razão.

Passado um ano, a bomba rebenta (que é como quem diz sai o estatuto do docente), os professores entram em greve! E os alunos, como eu, onde ficamos nós no meio disto tudo? Eu digo-vos onde...Nós, infelizmente, ficamos no mais redundante dos esquecimentos.

Ninguém se preocupa conosco, os docentes apenas olham para o seu próprio umbigo, barafustam que a sua situação é injusta e chegam a ser rudes para conosco, mas esquecem-se que nós não temos culpa.

Tanta guerra entre professores e ministério da educação, mas, curiosamente, dos alunos ninguém fala...a educação tornou-se numa batalha por direitos e deveres, e nós (alunos)? Onde ficamos no meio de toda esta situação indesejável?

E terminei o meu desabafo, talvez vos envie o texto amanhã de forma a, caso vocês o entendam, o publicarem num espaço do leitor. Por agora vou repousar. Continuem o bom trabalho.

Fiquem bem