Pelos lados de Alvalade #2
Escrito por: Lumo ™
Boas!Em primeiro queria pedir desculpa por não ter postado no meu dia que era ontem mas não conseguia arranjar temas para falar. (É a segunda edição neste blog mas contando com os outros, o Pelos lados de Alvalade já conta com mais de 20 edições) Mas hoje acordei mais inspirado e o tema que escolhi foi o racismo no futebol. Será que ainda está presente nestes tempos? “Encontrei uma preta Como nós, os brancos, nos sentiríamos se no nosso local de trabalho, os nossos chefes e colegas nos olhassem com indiferença e até repugna? Eu decerto que não me sentia feliz, e muito menos motivado. Isto acontece todos os dias, tanto em claques como no próprio campo, onde todos os participantes estão sujeitos a este tipo de ofensa e desrespeito. Por vezes esse tipo de provocações surgem de um modo camuflado o que leva as pessoas a pensarem que é um facto isolado, mas só as pessoas que já passaram por tal experiência é que podem sentir na pele o quanto as pessoas podem ser cruéis umas para as outras. Por vezes nem as próprias pessoas que sofrem os insultos se apercebem pois nas suas actividades e afazeres quotidianos estariam por demais preocupados com a sobrevivência e com os problemas práticos a serem resolvidos, que não perceberiam as discriminações a que são submetidos. Por uma necessidade de personificar o fracasso na competição, os média atribuem muitas vezes a culpa aos jogadores negros, mesmo que hajam outros com mais culpa, mas, para sua felicidade, de raça branca. Dados empíricos; sempre os dados empíricos. Seria muita pretensão realizar uma interpretação extrema e ficar impune. Vemo-nos, então, seduzidos, novamente, pelo empirismo lógico, pela preocupação com métodos “científicos”, pela exteriorização de conceitos e pela prioridade das teorias construídas sob o método hipotético-dedutivo. Assim, estabelecemos um exercício de análise contínuo no sentido de compreendermos que as notícias veiculadas pela média escrita não possuíam em si mesmas uma verdade. Igualmente, não procuramos descobrir a intenção do autor ao escrever tais críticas. Ainda á dois anos a atitude do avançado Camaronês Samuel Eto'o, que decidiu abandonar o relvado durante o Saragoça-Barcelona, foi vista como uma manifestação de descontentamento extremamente radical , mas como já foi dito em cima, só as pessoas que sofrem com isso é que se podem pronunciar. Será que o racismo ainda se encontra activo no futebol Português? Não há registo de queixas oficiais, escasseiam os relatos de manifestações do género nos relvados nacionais, mas os jogadores asseguram que esse é um fenómeno que continua e continuará presente, mesmo que camuflado. De facto, o angolano Mantorras, jogador da formação encarnada, terá ficado agastado com comentários oriundos das bancadas do Estádio dos Barreiros, em Dezembro de 2005, e fez questão de responder às manifestações racistas quando marcou o golo da vitória da sua equipa. A direcção do clube insular pediu desculpa ao avançado e o caso não teve desenvolvimentos, para além da multada aplicada pela Liga de clubes (600 euros). Não negando a gravidade do problema em si e a atenção que ele merece por parte de sociedades que se querem civilizadas e aculturadas, observo com algum desagrado a encenação levada a cabo pelo jogador com manifesta orquestração dos seus dirigentes. Uma personalidade com mediatismo e acesso fácil comunicação social não espera duas semanas para mostrar indignação e exigir respeito… Não foram apresentadas provas conclundentes acerca das agressões verbais supostamente ocorridas. Causa-me repulsa qualquer atentado à individualidade. Entendo como desadequada da nossa realidade qualquer ideia de superioridade racial. Aliás, será até sinal de evolução civilizacional medíocre. No entanto também será forma de estar imprópria a utilização de mecanismos que apelem à emotividade e susceptibilidade da opinião pública com o intuito de obter proveitos próprios… Quase toda a gente quando está no seu sofá a ver a sua equipa e um jogador negro falha um lance que á partida era fácil, dizem logo: “Tinha que ser a m*rda do preto!”. Não há ninguém que goste de ouvir este tipo de coisas. Existe um sentimento, que por um lado encobre o racismo e por outro o expõe desavergonhadamente: A “clubite”. Isto é: “És dos nossos e és bom, logo não tens cor de pele”, “és jogador do adversário então vamos lá xingar-te forte e feio”. Só assim se explica que se idolatre e se discrimine apenas porque se tem camisolas diferentes. Digam não ao racismo! Sayonara Etiquetas: Lumo Não te esqueças de passar pelos nossos mais recentes artigos: Pena argumenta de forma nunca antes vista, dizendo...
Grande crónica Lumo falas de um bom tema que não ajuda o futebol o racismo, é vergonhoso que hoje em dia seres humanos façam estes actos por pessoas de pele diferente, mas não deixam de ser iguais a nós. lembro-me dessa cena do Etoo e achei bem a atitude dele. A ideia do poema foi engraçada. Continua ;)
Cumps Unknown argumenta de forma nunca antes vista, dizendo...
Grande Lumo, nos não somos mais que os negros pela cor, somos todos iguais ;)
E o teu dia não era ontem, é mesmo HOJE! LOL Lumo ™ argumenta de forma nunca antes vista, dizendo...
Já deram conta do directismo do vídeo?
Está fantástico. Sayonara Hugo Pais argumenta de forma nunca antes vista, dizendo...
Bom post Lumo, o racismo é sempre algo difícil de abordar, mas tu falas-te e falas-te bem. Continua o bom trabalho.
Mário Cagica Oliveira argumenta de forma nunca antes vista, dizendo...
Está sem dúvida um belo texto.
Os meus parabéns Lumo! NIXTON argumenta de forma nunca antes vista, dizendo...
Bela crónica Lumo !
O texto está muito bem escrito " It ain´t black or white cause we are humans " - Tupac David Pereira argumenta de forma nunca antes vista, dizendo...
Não ao racismo!
Bom post, boa escolha de imagem e de video! Parabéns! |
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